“Ano de 2010 do calendário Imperial, 10 de Agosto. O Sagrado Império da Britannia declarou guerra ao Japão. As ilhas neutras do leste, e a única superpotência do mundo, Britannia. Entre eles estava o epicentro de um conflito diplomático profundamente desgastado criado pelo Japão. Durante a batalha terrestre, o exército de Britannia usou veículos humanóides blindados, Knightmare Flames, pela primeira vez. Seu poder estava além da imaginação e as forças de defesa japonesas foram facilmente derrotadas. O Japão se tornou um território do Império e sua liberdade, direitos e nome foram tomados. Área 11. E este número era o novo nome do Japão após a guerra.”
Estas frases abrem uma das melhores histórias que já tive a chance de acompanhar, cujo review já estava devendo há algumas semanas: Code Geass – Hangyaku no Lelouch (A Rebelião de Lelouch). Dividida em duas temporadas (Code Geass e Code Geass R2), a série foi iniciada em 2006, em parceria de dois grandes estúdios de animação japoneses (Sunrise e Clamp). Contando com uma animação extremamente bem-produzida e uma trilha sonora muito excelente (com canções compostas por bandas famosas no Japão), a série se mantém impecável no quesito de aspectos técnicos.
Lelouch vi Britannia era um dos príncipes da Britannia, um império fictício, tido como a maior potência do mundo (e curiosamente com a mesma localização geográfica dos EUA...). Um dia, sua mãe, a Rainha Marianne, é assassinada no que parece ser um golpe do próprio Império Britannico. Sua irmã mais nova, Nunnaly, acaba ferida e fica paraplégica, além de adquirir uma cegueira psicológica devido ao trauma. Sem maiores explicações, seu pai, o Imperador Charles, os manda para o Japão, pouco antes de realizar a já citada invasão. Lá, Lelouch faz amizade com Kururugi Suzaku, filho do primeiro ministro japonês, e jura diante do amigo que um dia destruirá a Britannia.
Anos depois, Lelouch, agora com 17 anos (e um sobrenome falso, Lamperouge), vive com a irmã como um estudante britannico num Japão (agora chamado de Área 11) dominado por seu odiado país de origem. Um dia, acaba se envolvendo num incidente onde soldados britannicos perseguiam terroristas, membro
s da Frente de Libertação Japonesa, que haviam roubado uma poderosa arma, e encontra Suzaku trabalhando para o exército britannico. A tal “arma” roubada era na verdade uma garota misteriosa, conhecida apenas como C.C. (lê-se “Ci Two”), que concede a Lelouch o poder supremo do Geass: sempre que olhasse nos olhos de alguém, Lelouch poderia dar uma ordem a esta pessoa, que seria cumprida imediatamente! Fazendo uso deste incrível poder e de sua mente brilhante, Lelouch une-se aos rebeldes japoneses como o justiceiro mascarado Zero, proclamando-se aliado da justiça e protetor dos oprimidos. Na verdade, seu objetivo é destruir o Império Britannico e construir um mundo onde sua irmã poderia viver feliz.
Code Geass possui um roteiro muito bem-desenvolvido, que mantém quase sempre o ritmo frenético, ao contrário do que ocorre em alguns animes que parecem querer enrolar o espectador. É difícil assistir pelo menos os cinco primeiros episódios e não querer saber os rumos que vão tomar a história.
Um dos focos do anime é a eterna oposição entre os até então amigos Lelouch e Suzaku. Enquanto Lelouch age pelas sombras, arquitetando uma rebelião através do sentimento de libertação do povo japonês, Suzaku, um japonês legítimo, serve o Império Britannico acreditando ser este o caminho correto de provar o valor de seu povo, chegando mesmo a tornar-se um cavaleiro do Império da Britannia.
Outro ponto forte da série são seus personagens, em sua maioria muito interessantes, como o próprio Lelouch, um anti-herói extremamente carismático, e a misteriosa C.C., sempre ao lado deste, mas sem nunca revelar seus reais objetivos. Há ainda vários outros, como a bela rebelde de personalidade forte Karen Kozuki, ou antagonistas como Cornelia e Schneizel, príncipes da Britannia e irmãos de Lelouch, que combatem o irmão como Zero sem conhecer sua real identidade. Às vezes, nos dá a impressão que há personagens demais na série, mas dificilmente algum deles é totalmente esquecido, apesar de alguns serem um pouco mal-aproveitados.
A série ainda levanta outros pontos interessantes. Um deles é o ideal representado pelo símbolo, no caso, a máscara do terrorista/justiceiro Zero. Para o povo japonês, Zero é tido como a única chance de libertação, um salvador, enquanto seu alter-ego, Lelouch, está realmente interessado em sua vingança pessoal. Esta temática me lembra situações interessantes como as de filmes como Batman Begins (“Não sou o homem por detrás da máscara. Meus atos definem o que sou.”) e V de Vingança. No final das contas, onde os ideais de Lelouch e Zero entram em conflito?
Outro é o ponto de até onde as ações de um homem (e seus erros) podem afetar os outros à sua volta. Até onde a busca de um objetivo pode levar uma pessoa?
Enfim, Code Geass é uma obra que deveria ser acompanhada não apenas por fãs de anime, mas por todos os apreciadores de uma boa história. Para quem teve sua curiosidade despertada por este pequeno artigo, deixo abaixo os links para baixarem as duas temporadas da série:
Primeira temporada - Code Geass
Segunda temporada - Code Geass R2
“O que significa ser um japonês? Ser uma nação? É a língua? A localização? Algo relacionado ao sangue? Não, é o seu coração! Auto-confiança, princípios e orgulho. Em outras palavras, enquanto você tiver um coração cheio de cultura, não importa onde você viva, você é um japonês!"
- Lelouch/Zero
3 comentários:
Cara.... parabens!! ^^ realmente, Code Geass é muito bom e até quem nao gosta de anime poderia assitir, pois é uma lição para muito!! xD
Review muito boa!! Vi o primeiro episódio e não entendi muito bem, então fui procurar uma sinopse e dei com esse texto! Muito bom, bem informativo e sem grandes spoilers; agora, vou continuar a série com certeza!! Muito obrigada! =D
http://shi-ku.blogspot.com/
realmente uma otima preview,começar a baixar desde já,alem de passar a dica para outras pessoas ;)
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